“Na Batalha” … essa com que nos
deparamos no dia a dia no ramo imobiliário.
Trabalhamos num segmento de
mercado onde as adversidades são bastantes, e desengane-se quem pensa que a
vida do verdadeiro consultor imobiliário é um mar de rosas. Gerir carteiras de
imóveis, gerir clientes e prestar um bom serviço, num mercado saturado, onde
proliferam práticas incorrectas e onde existe muito “amadorismo”, é algo que
por vezes provoca alguma angústia, pela desigualdade de situações, face a um
mesmo imóvel, ou face a um mesmo cliente.
Num mercado estagnado em termos
de oferta, a batalha á diária, e a preocupação na satisfação do cliente, com
transparência e profissionalismo agiganta-se. Não considero que trabalhar no
facilitismo ou na facilidade aporte bons frutos, pois a sua não substância nem
consistência, rapidamente são postas à prova por quem do lado de lá, nos
interpela. Devemos ser francos e directos, não criar falsas expectativas, com
promessas de vendas rápidas e com alta rentabilidade. O mercado é o mercado.
Saber como ele funciona é uma preocupação constante, pois só assim os frutos serão
colhidos.
“É curta a minha palha
Mas é assim que me concentro
Tudo à espera de uma falha
De ver um podre cá dentro
Cada dia uma batalha
Fecham portas mas eu entro
Não atiro a minha toalha
E se há janela tou lá dentro.”
Tal como em muitas profissões
pelo mundo fora, existe sempre alguém a aguardar um fracasso, para à sombra
dele poder sobressair. No ramo imobiliário não é diferente, o que condeno, pois
se a causa é única e o objectivo é comum, é perfeitamente errado estar “à
espreita” das falhas dos outros, para nos colocarmos em evidência. Se todos os
envolvidos no ramo tivessem a preocupação de aplicar boas práticas, se
pensassem primeiro na satisfação do cliente e não no próprio retorno
financeiro, certamente estaríamos num patamar bem diferente no mercado
imobiliário, a exemplo da maior parte dos países da Europa. Saliente-se que em
Portugal, casa pessoa se considera “agente” imobiliário, seja o proprietário do
imóvel, o vizinho do lado, o senhor do café, ou a empregada doméstica, lesando
significativamente quem se encontra capacitado para o ser, pelo investimento
pessoal e profissional que faz ao longo da vida.
Desta fora, podemos metaforizar o
ramo imobiliário como uma espécie de campo de batalha, onde a nossa
verticalidade faz a diferença, que tem que conduzir a uma mudança de paradigma
quanto à opinião depreciativa generalizada que existe relativamente aos agentes
imobiliários.
Se de facto estamos dentro, se
vestimos a camisola e trabalhamos por uma causa, então a toalha será sempre o
nosso adorno.
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